sábado, 9 de janeiro de 2016

Bell Marques diz que negou convite para cantar no Galo da Madrugada


Bell Marques se prepara para a maratona de carnaval. Os shows do verão são um treino para os quatro dias de festa em Salvador. Ele já começou o ano com tudo: gravou o primeiro DVD da carreira solo no dia 31 de janeiro, no réveillon do Marina Park Hotel, em Fortaleza, com 16 músicas inéditas. Bell apresenta novo show, neste sábado, 9, a partir das 18h, no Tamandaré Fest. Ainda sobem ao palco Henrique e Juliano, Simone e Simaria, Dorgival Dantas e Mano Walter. 
Uma das novas músicas, Cabelo de chapinha, lançada em dezembro, protagonizou polêmica nas redes sociais. Bell foi acusado de racismo pela letra, considerada ofensiva. Prontamente, o cantor procurou o Ministério Público e se prontificou a mudar o conteúdo. Com novo título, Minha deusa, a canção foi registrada no projeto audiovisual e é uma das apostas do artista para o carnaval. Segundo o artista, essa não foi a primeira vez que ele altera a letra de uma canção. "Sem o menor constrangimento, chamei os compositores e mudamos a letra, apesar de não achar ofensiva", explicou o ex-Chiclete com Banana.
O DVD tem lançamento previsto para abril. A produção registrou a participação de Pipo e Rafa Marques (banda Oito7Nove4), filhos do artista, na canção Cê quer fazer amor, do compositor pernambucano Marquinho Maraial, e de Wesley Safadão, cantando Amor bacana.
Em entrevista ao Viver, Bell Marques conta detalhes do novo projeto, comenta a polêmica da música Minha deusa, fala sobre a relação com os filhos e relembra um convite para cantar no Galo da Madrugada.

Viver: A música Cabelo de chapinha foi criticada nas redes sociais. Porque decidiu mudar a letra? 
Bell Marques: Sempre fiz isso e não vi problema algum. Meu plano de vida é agregar. Já mudei letras de outras canções como Fé brasileira, Vai lá mané, Menina do cateretê. Um site na Bahia fez uma enquete e as opiniões foram diversas. Sem o menor constrangimento, chamei os compositores e mudamos a letra num momento de descontração. A rejeição, por menor que seja, uma, duas ou mil pessoas, existiu. Minha ideia é levar alegria e o objetivo é ver todos felizes e satisfeitos. Apesar de não achar ofensiva, mudei. Essa é uma música forte para esse verão. Ela veio com tudo. A repercussão ajudou muito, tem sido um sucesso nos shows. 

Viver: Acredita que essa patrulha pelo "politicamente correto" pode prejudicar a criação de novos hits?
Bell Marques: Se fosse um artista com pouca divulgação, a música tinha passado. Por ter uma maior visibilidade, tenho que representar e tomar cuidado com a forma colocar isso. Sou defensor dos direitos. Não pensei em agredir ninguém. Mas é preciso cuidado. Que esse patrulhamento não ultrapasse os limites, com algo que não faça sentido e seja chato. Que a seriedade não perca o foco. É importante não se deixar levar. A questão está mais na forma como a palavra é dita. 

Viver: Você já começou 2016 com a gravação do primeiro DVD da carreira solo. Qual o critério de escolha da cidade?
Bell Marques: Fui escolhido por Fortaleza. Primeiro decidimos pelo réveillon, por ser algo inédito. Nenhum artista havia gravado nesta data. Depois, por ser um momento de confraternização e boas energias. Tudo confluiu para esse ponto. Tivemos um resultado muito bacana e conseguimos alcançar 100% do que havia sido proposto. Agora tenho um produto novo para apresentar aos fãs. 

Viver: O cantor Wesley Safadão participou do DVD. Ele é um dos artistas mais requisitados do momento. Como se manter no auge?
Bell Marques: No DVD ele canta Amor bacana. Fui gravar na cidade dele e o convidei para participar. A primeira música que Wesley cantou em 2016 foi junto comigo. Acho que vai nos dar sorte. Sobre a continuidade, só o tempo vai dizer. O Safadão é um dos artistas mais importantes da música popular brasileira. Ele já conquistou várias regiões do país e ainda vai chegar longe. Ele é competente, bem embasado musicalmente e vive um momento muito bom. É necessário artistas como ele para movimentar o mercado musical. A continuidade é difícil, mas não é impossível. Tem artistas que sobrevivem de dois a quatro anos, mas o Chiclete com Banana, por exemplo, completou 36 anos de carreira. 

Viver: Seus filhos, Pipo e Rafa Marques estão conquistando cada vez mais espaço com a banda Oito7Nove4. Você divulga a banda e demonstra muito cuidado com eles. Como funciona esta relação?
Bell Marques: Sou um pai coruja, gavião, papagaio, tudo o que você imaginar (risos). Hoje, eles ocupam um espaço de direito na música, não por serem meus filhos. Pipo e Rafa conseguem emplacar, pelo menos, uma ou duas músicas por ano. Eles possuem o que é necessário para fazer sucesso: primeiro, ter grandes hits e construir um repertório. Segundo, ter compromisso com os fãs e saber cativá-los. E eles fizeram os dois, muito bem feito, e em pouco tempo. Obviamente eles vão seguir o mesmo caminho que eu, por serem competentes. O mercado é muito exigente e competitivo, se não houver competência, e qualidade musical não fica. Quando eu parar de cantar eles já vão ter trilhado o próprio caminho. Lá atrás eu ajudei, como qualquer pai ajudaria. Hoje, não interfiro em nada. 

Viver: São mais de 30 anos de carreira e muitos carnavais. Essa “pisadinha” cansa?
Bell Marques: É mais prazeroso que cansativo. Sou o artista com mais recordes na história do Carnaval de Salvador. Sou o que mais tocou no carnaval em quantidade de horas e o que se apresentou ininterruptamente, todos os dias de carnaval. Tenho um prazer incrível em subir no trio. 

Viver: Você tem uma aproximação com a música pernambucana. Gostaria de cantar no Galo da Madrugada?
Bell Marques: Tenho uma admiração pelos compositores do Recife. Um deles é Marquinhos Maraial. Outra figura excelente é Alceu Valença. Sem dúvidas, é o artista mais completo do Brasil. Ele é diferenciado, como cantor, como artista, no palco. Sou fascinado por ele. Já houve um convite para cantar no Galo, mas na época não deu certo. As agendas não batiam. Nunca pensei nisso. Sei que o Galo da Madrugada é um ícone do carnaval do Recife. O bloco é grandioso e comentado no mundo inteiro. Seria um orgulho, um prazer imenso. Não descarto a possibilidade, mas não sei se seria minha praia (risos). 

Viver: Guarda alguma lembrança de momentos vividos aqui no Recife?
Bell Marques: Lancei a música Grito de guerra em Pernambuco. Foi um evento na Avenida Boa Viagem, em 1986. Foram os pernambucanos que criaram a coreografia dessa música. 


Fonte: Diariodepernambuco.com.br

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